Pessoas Altamente Sensíveis

O que significa ser uma Pessoa Altamente Sensível?

Significa que nasceste com um sistema nervoso muito sensível e responsivo a estímulos ambientais e sociais, quer positivos, quer negativos;

…um sistema nervoso que processa toda a informação do teu
ambiente externo e interno de forma mais profunda e minuciosa.

Tanto a expressão Pessoa Altamente Sensível (PAS) – utilizada para proporcionar maior identificação ou ressonância com o público geral – como o termo científico Sensibilidade de Processamento Sensorial (SPS), foram cunhados pela psicóloga clínica e psicoterapeuta, Dr.ª Elaine Aron, nos anos 90. 

A alta sensibilidade de processamento sensorial (ASPS) é conceptualizada como um traço inato de temperamento, de base biológica, que se estima estar presente em 20-30% da população e que é caracterizado por:

Um processamento mais profundo de informação

Maior responsividade emocional e empatia

Maior consciência de estímulos subtis

Maior tendência para sobre-estimulação

…em comparação com restantes 70-80% da população,
sendo encontrado em homens e mulheres numa proporção similar.

- DOES -

A Dr.ª Elaine Aron propõe que todas as Pessoas Altamente Sensíveis terão estas quatro características em comum, capturando-as num acrónimo simples de relembrar: “DOES”

■ “Depth of processing”
■ “Overstimulation”
■ “Emotional reactivity / responsivity and Empathy”
■ “Sensitivity to subtleties”

Como Pessoa Altamente Sensível, poderás:

– Ter preferência por refletir profundamente sobre a vida, o seu sentido/propósito, as várias camadas das tuas experiências, o que se passa no mundo, …;

– Observar que precisas de mais tempo para tomar decisões em comparação com a maioria das pessoas com quem te relacionas, porque gostas de considerar os vários lados da questão, rever as informações inúmeras vezes, avaliar todas as possíveis consequências, relacionar e comparar com experiências passadas;

– Sentir que empatizas facilmente com outras pessoas; algumas Pessoas Altamente Sensíveis poderão sentir que “absorvem” ou que são “contagiadas” pelas emoções dos outros;

– Ter dificuldade em ver (ou mesmo aversão a) programas televisivos, séries ou filmes violentos;

Reagir fortemente a feedback, quer positivo, quer negativo;

– Sentir uma profunda conexão com a Natureza e ficar facilmente comovido(a) com música e outras formas de arte;

– Experienciar desconforto físico ou emocional (cansaço, dores, irrequietude, irritabilidade, ansiedade, nervosismo, etc.) em contextos demasiado estimulantes para ti:

sensorialmente – p. ex.: centros comerciais, supermercados, aeroportos, multidões, andar em transportes públicos lotados, ambientes novos ou visualmente caóticos;

emocionalmente – p. ex.: relações interpessoais conflituosas, mudanças e eventos significativos de vida quer positivos, quer negativos.

Aquilo que pode ser ligeira ou moderadamente estimulante para a maioria das pessoas, pode ser sobre-estimulante para ti.

– Sentir-te agitado(a) quando tens muito para fazer num curto período de tempo;

– Sentir necessidade de passar algum tempo sozinho(a), num lugar tranquilo, após um dia agitado;

Captar pormenores que passariam despercebidos à maioria das pessoas (no espaço que te rodeia, na comunicação não verbal de outras pessoas, variações subtis de sensações corporais…).

Captar pormenores que passariam despercebidos à maioria das pessoas (no espaço que te rodeia, na comunicação não verbal de outras pessoas, variações subtis de sensações corporais…).

– Sentir-te agitado(a) quando tens muito para fazer num curto período de tempo;

– Sentir necessidade de passar algum tempo sozinho(a), num lugar tranquilo, após um dia agitado;

A ASPS não é uma disfunção, perturbação ou doença, mas sim um traço inato de temperamento, observado não só em seres humanos como em mais de 100 espécies animais, parecendo refletir uma de duas estratégias comportamentais de sobrevivência:

“Pausa para verificar / observar antes de agir”, principalmente em situações novas;

vs

“Impulso para agir”, de explorar / agir de forma mais imediata.

As PAS têm preferência por observar atentamente o ambiente ao seu redor, pensar mais nas consequências e implicações das suas ações e, com a pausa, procuram delinear a melhor estratégia de atuação, que tem em conta a relação com experiências prévias.

Este aspeto poderá traduzir-se, por exemplo, em maior reconhecimento de oportunidades e de perigos, maior conscienciosidade ou na necessidade de mais tempo para tomar decisões.

Ser altamente sensível implica também ser-se mais suscetível às condições do ambiente, “para o bem e para o mal”.

Ou seja, ser-se mais impactado(a) quer positiva, quer negativamente, em comparação com as pessoas que não são altamente sensíveis – em termos de saúde física, mental, desenvolvimento sócio-emocional, desempenho académico / profissional – pela presença de adversidade ou de suporte no nosso contexto ambiental e relacional.

Descobrir que és uma PAS pode ser uma experiência profundamente validante e esclarecedora, trazendo entendimento do “porquê” por trás de certas reações ou comportamentos. Para mim, foi como se, finalmente, algumas peças do puzzle da minha vida se começassem a encaixar.

Não obstante, compreender que a tua sensibilidade elevada é uma característica inata pode ser uma revelação vivida com mais ou menos conforto. Acolhê-la integralmente, tanto as suas forças como desafios, é uma jornada de autoaceitação e autocompaixão.

- A minha Intenção -

É contribuir para que vivencies a tua Alta Sensibilidade com mais serenidade, leveza e vitalidade.

Como saber se sou altamente sensível?

O questionário desenvolvido pela Dra. Elaine Aron – The Highly Sensitive Person Scale (Aron & Aron, 1997) – é um bom ponto de partida para perceberes se te identificas com o traço. Podes encontrar a ligação para o mesmo (em inglês), aqui:

Em princípio, reconhecerás alguma forma de expressão das 4 características centrais (“DOES”) mencionadas na secção anterior. Não obstante, existe uma enorme variabilidade na forma como cada pessoa experiencia e expressa a sua alta sensibilidade e a mesma é apenas uma parte de nós.

Temos muitos outros aspetos do nosso temperamento e personalidade, da nossa biologia, história pessoal, contexto sociocultural e desenvolvimento pessoal que também influenciam as nossas preferências, estratégias, escolhas e comportamentos.

Aprofundares o teu conhecimento
sobre este traço poderá permitir-te:

■ perceber se te identificas, de facto, com o mesmo;

■ explorar como é que ele se pode estar a apresentar e expressar nas várias áreas da tua vida, agora;

reenquadrar algumas experiências passadas à luz do mesmo;

■ perceber quais os desafios comuns e forças que poderás experienciar, no seu âmbito;

■ conhecer possíveis estratégias para navegares estes mesmos desafios com mais serenidade, promovendo sensações de autoeficácia e autoconfiança;

■ maior validação das tuas emoções, necessidades e preferências, cultivando aceitação e respeito pelas mesmas;

■ ires de encontro a escolhas na tua vida congruentes com o teu funcionamento e necessidades específicas como PAS, contribuindo para que possas expressar a tua natureza responsiva, reflexiva e empática de uma forma energeticamente sustentável.

Se tiveres interesse e curiosidade em aprender mais sobre a ASPS, o workshop que facilito sobre o tema poderá ser um recurso útil.

Se gostarias de ter suporte personalizado para impulsionar a tua jornada de desenvolvimento pessoal no âmbito da Alta Sensibilidade, obtém aqui mais informações.